sábado, 13 de fevereiro de 2010

Bate bola rapidinho com Rock Jr.

 

Buenas, tenho a satisfação de postar aqui, alguns perguntas que fiz ao amigo bonsaista Rock Jr . Estou a publicar a primeira parte, a segunda vem depois...(lógicamente, né?!) Quero agradecer a ele a paciência e a gentileza de responder algumas perguntas e também de me solucionar algumas dúvidas..!

                                              Rock Jr

BP: Como foi seu primeiro contato com o bonsai? Há quanto tempo está na arte e quais foram suas primeiras plantas?

Rock: Foi no final da década de 80 início de 90. Fui a uma floricultura comprar um buquê de flores para presentear e acabei comprando um Bonsai. Depois disso minha esposa (naquela época namorada) trouxe um livro sobre Bonsai que ela tinha pegado emprestado com um colega da faculdade. Fiquei interessadíssimo e a partir daí iniciei a minha perambulação por viveiros de plantas e floriculturas. Pegava toda muda de árvore que encontrava e plantava em pequenos vasos que eu improvisava.

BP: Na sua opinião, o que mudou do tempo que iniciaste até hoje?

Rock: Mudou praticamente tudo. Desde a facilidade de acesso a informação e a matrial que temos hoje com a internet, que naquela época não tínhamos, como o número de pessoas interessadas e trabalhando efetivamente com a arte.

ref55                                         Jabuticaba

BP: Quais são suas espécies favoritas para trabalhar?

Rock: Tenho várias espécies que posso considerar como favoritas: Jabuticabeira, Pitecolobiun, Caliandras, entre as nossas nativas e o Acer Buergerianum (Kaêde), Piracanta e o Ficus Nerifólia entre as exóticas sem esquecer dos Juníperus que proporcionam um tipo de trabalho único no bonsai.

BP: Como vê o cenário brasileiro de bonsai?

Rock: Acredito que o bonsai vem evoluindo muito bem no nosso país. Ainda estamos engatinhando na arte, mas nos últimos anos tenho observado mudanças significativas no comportamento das pessoas. Mas ainda precisamos amadurecer muito, principalmente termos consciência do nosso real posicionamento em relação ao nível técnico em que nos encontramos. Ninguém aprende aquilo que já "acha" que sabe. È importantíssimos termos humildade de assumirmos que ainda sabemos muito pouco a cerca da arte para que possamos realmente alcançar um bom nível técnico.

BP: Você crê que o aproveitamento das espécies nativas vem dando uma ajuda na tão almejada "identidade brasileira" no bonsai?

Rock: Sem dúvida alguma que a identidade do bonsai brasileiro passa pelo cultivo de espécies nativas com alto nível técnico. Mas acredito que e essa identidade só pode ser alcançada com muito estudo, trabalho, comprometimento e responsabilidade.

BP: À nível mundial, quais são suas referencias em termos de artistas e quais suas escolas preferidas?

Rock: As escolas que mais me identifico são as Japonesa, Européia e Taiwanesa e minhas referencias são meu mestre Salvatore Liporace e o seu mestre Massahiko Kimura.

ref59                                     Rock e Massihiko Kimura 

BP: Na escolha de uma planta, tanto no yamadori quanto na compra em viveiros e lojas especializadas, o que pensa ser os critérios para escolha de um bom material?

Rock: Na minha opinião, a escolha do material a ser trabalho é importantíssimo e crucial para um bom trabalho. O mais importante na escolha desse material é observamos o potencial de tronco e nebari. Tronco grosso, se possível cônico com raízes equilibradas e bem distribuídas serial o ideal. Tamanho das folhas, flores e frutos e características e particularidades da espécies são muito relevantes também.

BP: Com o amplo acesso a internet, crês que é benéfico a popularização do bonsai ou está vulgarização a arte?

Rock: Como tudo na vida tem o lado positivo e o negativo, não poderia ser diferente com a Internet no Bonsai. Mas acredito que tenha muito mais benefícios que malefícios. Facilita muito a busca e o intercâmbio de informações. Mas é importantíssimo fazermos uma filtragem nessa informações. E nesse aspecto é crucial procurar profissionais sérios e com trabalhos realmente técnicos e científicos. Uma boa orientação otimiza muito o uso dessa ferramenta.

BP: Aqui no Brasil, às vezes tempos a impressão que estamos remando contra a maré, devido à desserviço de comerciantes em busca de baixo preço e informações equivocadas espalhadas pela internet, como você enxerga como solução para isso?

Rock: Isso é um aspecto que considero comum e ocorre tanto aqui como em todo o mundo. Em minha opinião isso faz parte da fixação e amadurecimento da arte. Mas uma coisa é importante frisarmos, se tem alguém vendendo material com baixa qualidade e preços altos é porque existe alguém que compra esse material. Se quisermos um material melhor devemos mostrar isso aos nossos fornecedores e recusar o que achamos que não é satisfatório. Nós como consumidores temos um força que não a usamos, mas pra isso temos que saber o que realmente queremos e o quanto estamos disposto à pagar. E mais uma vez voltamos ao tópico estudo e informação.

ref46                                        Piracanta

BP:O que você recomenda para alguém que está iniciando no mundo do bonsai? Quais são as coisas fundamentas que a pessoa deve estar ciente?

Rock: É uma pergunta muito ampla e profunda, mas a meu ver o Bonsai é antes de mais nada uma diversão extremante prazerosa, que nos coloca em sintonia direta com a natureza e com nosso interior. Trata-se de uma arte de aprendizado e desenvolvimento muito lentos e por isso requer muita paciência, disciplina, amor e dedicação.

ref47                            Pithecolobium tortum

BP:Para pessoas que estão a mais tempo no bonsai, o que você sugere para não terem regressos e não ficarem estagnados?

Rock: Humildade! Nunca se deixem enganar que já sabem muito. No bonsai o conhecimento nunca é o suficiente e é como a busca ao conhecimento, quanto mais longe se vai mais longe se está.Eu hoje acho que sei menos do que achava que sabia a 10 anos atrás. Outra coisa importante também é estar sempre atento e apto a aprender, independente de onde venha a informação: Ninguém é sábio o suficiente que não tenha nada a aprender ou ignorante o suficiente que não tenha nada a ensinar.

A segunda parte mais tarde, saludos!

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